quinta-feira, 10 de julho de 2008

"É MUITO DIFÍCIL, PAI..."->autora Maria Aparecida de Oliveira (professora em Curitiba, aposentada por dois padrões: um em 2003, e outro em:2007.

É MUITO DIFÍCIL, PAI..."

É muito difícil, pai, acredite...
no meu coração de filho
perceber a tristeza que sinto
pela ausência da presença
de você, na minha vida,
principalmente, quando, você
se esqueceu de assumir
a responsabilidade que lhe cabe
no ato de prosseguir
me apoiando na educação
participando de minha criação
sendo companheiro e amigo.
É muito difícil, pai, acredite...
o sofrimento de uma criança,
de um adolescente ou jovem
na flor da idade e esperança
quando percebe que para o pai
ele tem pouca importância.
É muito difícil, pai, acredite...
eu ser um filho amargurado
pela ausência de teu amor paterno
que nunca dá ouvidos aos meus brados
que pouco convive comigo
não dá crédito aos meus sonhos,
nem projeta para mim,
um futuro mais risonho.
É muito difícil, pai, acredite...
quando você tem outra família
ou por qualquer outro motivo justo ou não,
não dá a mim seu filho, a alegria de saber
como vai você...
ou como vou no meu dia-a-dia.
É muito difícil, pai, acredite...
ver chegar certas datas do ano
e saber que você nem lembra que eu existo,
ou se fui, um ledo engano.
É muito difícil, pai, acredite...
ver você valorizar outras pessoas
que não "sairam" de você,
mais que eu, teu filho, que te ama,
e que pede a Deus, que voltes...
a acender a minha chama:
a da vontade de sorrir mais,
a da vontade de crescer feito os demais filhos
que são a,mados...
Não me relegues ao mundo do esquecimento,
feito náufrago em desalento, sobrecarregando
minha mãe, esse ser tão abnegado...

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